No Brasil, a rabeca é muito encontrada em manifestações culturais e religiosas, principalmente no norte, nordeste e litoral paulista. Na Europa existiu outrora um instrumento com o mesmo nome, às vezes chamado rèbèca (ou rebèque) e muito conhecido como rabeca medieval. Seu formato é diferente dos "nossos" modelos, com a caixa (corpo) em forma de pêra, que estreita ao aproximar-se do braço. É considerado um dos antepassados do violino atual que, aliás, é o resultado da soma de "técnicas" utilizadas na construção de alguns instrumentos, como a viola da braccio, a lira da braccio e o rebab islâmico, que é provavelmente um dos instrumentos de arco mais antigos que se tem registro. Estes parentes conferiram a família dos violinos e violas uma maior tensão sobre as cordas (graças a um tampo mais abaulado), dois orífios em forma de "F" (que interferem menos na vibração), uma madeira chamada alma, com determinada quantidade de veios que, colocada dentro do instrumento, entre os tampos e sendo pressionada pela força do cavalete, transmite as vibrações para o tampo traseiro, aumentando consideravelmente a qualidade do som emitido. Outra madeira, colada abaixo do cavalete, serve para favorecer a produção dos sons no registro grave. Também foi feita uma cintura para o arco não encostar no corpo ao tanger as cordas que estão nas laterais. A madeira do violino deve ter homogeneidade e densidade regulares e isto consegue-se com madeira que crescem em locais altos e frios, como os alpes. No Brasil, os construtores buscaram reproduzir a seu modo e com o material que tinham nas mãos, os instrumentos que viram com os colonizadores. Atualmente existem rabecas com tamanha qualidade que superam muitos violinos encontrados no mercado, sobretudo aqueles feitos em larga escala.
As Rabecas são grandes representantes de nossa cultura e a prova de que, mesmo um simples artesão, criado na roça, sem "entender nada de música", é capaz de criar arte, alegrar, louvar e encantar várias gerações.